Seguidores dos Guardiões e Guardiães de Umbanda

Translate

English French German Spain Italian Dutch Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Exu, O Grande Paradoxo na Caridade Umbandística




Poder-se-ia aprofundar esta questão, polêmica por si. Como por exemplo, refletindo as múltiplas facetas de EXU e a diversidade de interpretações existentes nos cultos.

Desde os idos da antiga África que EXU deixa estupefatos os circunstantes.

Para alguns umbandistas, mais ligados a dualidade católico-espirítica é um grande incômodo e não é permitido as suas manifestações.

Para outros liberados de constrições culposas, EXU ainda é vestido pelo inconsciente do imaginário popular com capa vermelha, tridente, pé de bode, sorridente entre labaredas.
Há os que “despacham” EXU para não incomodar o culto aos “orixás”.

Exu, sendo considerado entidade, não deve entrar, dizem os ortodoxos que preconizam a pureza das nações. Ali não tem lugar para egum... espírito de morto...

Existem os mais entendidos nos fundamentos da natureza oculta que compreendem EXU como o movimento dinâmico de comunicação entre os planos de vida. Entendem que o axé – asé – impulsiona a prática litúrgica que, por sua vez, o realimenta, pondo todo o sistema em movimento. EXU, vibração indiferenciada, não manifestada na forma transitória de um corpo astral ou outro veículo do plano concreto, é o que põe em movimento a força do axé – asé – por meio da qual se estabelece a relação de intercâmbio da dimensão física – concreta – com a rarefeita, a dimensão espiritual.

Em conformidade com esta conceituação, passa EXU a ser indispensável e o elemento de ligação mais importante em toda liturgia e prática mágica umbandística.

Sendo EXU o transportador, o que leva e traz, fecha e abre, para os africanistas ligados as tradições antigas, como concebê-lo sem o sacrifício animal para realimentação da força vital – o asé -, diante do preceito- tabu – que o sangue é o perfeito e indispensável condensador energético com esta finalidade?

Quando referimos africanista, não que dizer negro. Para ser africanista, no sentido de se preconizar a retomada dos antigos ritos tribais, pode se ter qualquer cor de pele. Existem muito negros que tem verdadeira ojeriza a qualquer sacrifício assim como há muitos brancos a postos com a faca afiada.
Neste artigo não se preconiza contra as oferendas ritualísticas.
Pedimos tão somente a reflexão.

Reduzir toda a movimentação das forças cósmicas e seu ciclo retro-vitalizador ao derramamento de sangue pelo corte sacrificial é uma visão estreita, fetichista, da DIVINDADE. É uma posição reducionista, que demonstra dependência psicológica. Na atualidade se verifica que esta “práxis” extrapolou os limites de fé dos antigos clãs tribais e está inserida na variedade racial da sociedade que a compõe e ao mesmo tempo a confronta, já que objetiva a manutenção financeira de cultos religiosos e o prestígio de seus chefes, dado que o sangue equivocadamente está ligado a força, poder, resolução de problemas e abertura dos caminhos. Saber manipulá-lo, ter cabeça feita, ser iniciado no santo simboliza este poder. Este apelo mágico divino atrai mais que retrai, pelo natural imediatismo das pessoas em resolver seus problemas.

Afirmamos que é plenamente possível se movimentar todo o axé – asé -, harmonicamente integrado com a natureza de amor cósmico e crística da Umbanda, equilibrado com a sua essência que é fazer a caridade desinteressada, e GRATUÍTA, sem ceifar vidas e derramar sangue.

O próprio aparelho mediúnico é o maior e mais importante vitalizador do ciclo cósmico de movimentação do axé – asé. Ele é o “fornecedor”, a cada batida do seu coração, o sangue circula em todo seu corpo denso, repercutindo energeticamente nos corpos mais sutis e volatilizando no plano etéreo. Desta forma, os espíritos mentores, que não produzem estas energias mais densas e telúricas, se valem de seus médiuns que fornecem a vitalidade necessária aos trabalhos caritativos aos necessitados. Há os espíritos que vampirizam estes fluídos. São dignos de amor, de amparo e socorro, o que fazem as falanges de Umbanda.

Yutomi* - O Caravaneiro do Umbral
Médium Pai Norberto Peixoto
Dirigente da Choupana do Caboclo Pery
(terreiro filiado ao CECP)

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

O Verdadeiro Compromisso do Médium




Há muito havíamos aprendido a admirar aquela jovem mulher, com seus trinta e cinco anos, aproximadamente. Havia sido campeã de natação, e agora se encontrava profundamente enferma: diabética de difícil controle, hipertensa, obesa... Mas nunca perdia seu otimismo, seu senso de humor, sua força interior.

Com a diabetes avançada, sua visão foi se deteriorando e a circulação periférica se comprometendo, até que, infelizmente, teve que amputar uma das pernas.

Mas nada disso tirava sua força interior.

Só havia uma coisa nela que eu não compreendia bem: ela vivia à custa de “trabalhos espirituais” que dizia fazer para o bem de seus semelhantes. Era “mãe de santo”, como dizemos no Brasil quando nos referimos às líderes de terreiro de religiões afro-brasileiras. Mas era daquelas de ir à meia-noite ao cemitério levar oferendas aos seus guias (?!?).

Um dia, pouco tempo após ter amputado sua perna, procurou conhecido dirigente espírita de nossa região, para uma orientação. Estávamos juntos. Era a primeira vez que a víamos angustiada. Algo a atormentava.

Então ela iniciou o diálogo com algumas perguntas: “Vocês são espíritas, não são? Vocês acreditam na mediunidade, não acreditam? Vocês sabem que eu sou médium e que trabalho para ajudar pessoas... Então, por que deveria eu parar de fazer o que faço só porque minha mãe acha que o que faço é coisa ‘do demônio’?”.

Aos poucos compreendemos o conflito que ela apresentava. Enferma como estava, não iria mais poder continuar suas tarefas, que a sustentavam e lhe permitiam morar sozinha. Teve que se amparar com seus pais, que, para sua infelicidade, eram evangélicos. Puseram-se à disposição para acolhê-la em sua casa, mas desde que não “mexesse” mais com “essas coisas”.

Ela queria a opinião desse dirigente. Aguardamos, também ansioso, o que ele diria. Pensamos que se basearia na questão da venda da mediunidade. Mas nos surpreendemos com sua colocação, que foi muito além do que imaginávamos.

Ele disse mais ou menos assim:

– “Minha irmã, sua mediunidade é inquestionável e seu esforço é louvável. No entanto, só há um problema que deve ser levado a uma reflexão mais profunda: O conhecimento da vida após a vida física, bem como a compreensão da possibilidade da comunicação dos Espíritos conosco, nos coloca numa condição de débito para com a comunidade onde vivemos. O dever de ajudar aqueles que não compreendem essa realidade, espiritualizando-os”.

“Para isso, os Espíritos que por nós se comunicam deveriam participar desse grande movimento de espiritualização por que passa a Terra”.

“Através de sua mediunidade, seus guias, infelizmente, estão tornando aqueles que a procuram mais materialistas, porque, em vez de os despertarem para a realidade da vida espiritual, ficam ajudando-os a resolver os problemas de ordem material: financeiros, afetivos... Muitos dos quais, movidos por ciúmes, vaidade e egoísmo.”

E concluiu, sem deixar margem para qualquer questionamento ou justificativas:

“Embora a senhorita diga que faz o que faz para o bem do semelhante, na verdade não o está fazendo, comprometendo-se, junto com esses Espíritos, com a evolução moral daqueles que a procuram.”

A jovem mulher deixou o ambiente um tanto constrangida, mas ciente de que teria agora de guardar suas forças para a nova luta que se lhe apresentava.

Encontramo-la uns cinco anos depois, quando ela já estava completamente cega. Quando a vimos, chamamo-la pelo nome e ela, com a força que sempre caracterizou seu espírito, reconheceu-nos pelo tom de nossa voz, e cumprimentou-nos, com muita alegria. Disse estar se adaptando àquela situação da qual não poderia mesmo se esquivar. Mais tarde, soubemos por conhecidos em comum que ela já tinha partido para a pátria espiritual. Aprendemos muito com ela e com a lição deixada por aquele dirigente sobre o compromisso do médium com a humanidade.

Por José Antonio Vieira de Paula

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Exu


Exu é ativador de nossos merecimentos. É o que propicia nossas vitórias e nossas derrotas, pois nem sempre sabemos lidar com a vaidade, o ego, o egoísmo e a soberbia que aflora de forma acentuada quando se conquista algo ou alguém. Exu é quem abre nossos caminhos, mas também fecha, tranca e acorrenta nossa vida quando nos encontramos desequilibrados e viciados numa maldade e numa possessão sem fim. Isso é a Lei e assim é EXU!

Exu é a força que atua sobre o negativo de qualquer pessoa tentando equilibrar essa ação. É aquele que faz o erro virar acerto e o acerto virar o erro. É aquele que escreve reto em linhas tortas, escreve torto em linhas retas e escreve torto em linhas tortas.

Mesmo nos momentos em que nos vemos no meio do caos, Exu sabe fazer com que a ordem prevaleça. Exu não gosta de displicência e de injustiça, não aceita nada mais e nada menos do que lhe é de direito e de dever.

Exu não faz, não participa e não orienta nenhum tipo de magia negativa, Exu é Mago Realizador por excelência, e conhece absolutamente tudo sobre magia. No entanto, conhece também a Lei Divina e a cumpre com perfeição a cada momento. Magia negativa é ação do homem que deseja mais do que pode, deve e merece. Exu dá e faz somente aquilo que for de merecimento e de necessidade para o Ser, segundo a Lei Divina.

EXU, palavra iorubá (Èsù) pode ser traduzida como “esfera” representando o infinito, o que não tem começo nem fim e que está em todos os lugares, no Tudo e no Nada.

Ele é o “mensageiro”, recebe e leva os pedidos e as oferendas dos seres humanos ao Orum, o céu. É o Senhor dos caminhos, das encruzilhadas, da entrada e da saída. É o movimento inicial e dinâmico que leva à propulsão, ao crescimento e à multiplicação.

São espíritos iluminados que, de forma muito peculiar, conhecem nosso íntimo e nossa conduta muito mais que nós mesmos.

Exus do Cemitério – normalmente têm a regência de Omulu, são quietos, de pouca fala e reservados. São exigentes e trabalham muito nos descarregos fortes, desmanches de demandas antigas e conscientização da vida humana.

Exus da Encruzilhada – normalmente têm a regência de Ogum. Não são tão quietos como os de cemitério, mas são extremamente valentes, exigentes e duros. Trabalham muito na abertura de caminhos, na quebra de demanda e em situações que precisam urgentemente de mudança.

Exus da Estrada /rua – normalmente têm a regência de Oxóssi. São mais falantes, brincalhões e risonhos, no entanto exigem a verdade de seus fieis conhecendo a intenção de uma palavra e de um pedido mesmo que eles estejam em pensamento.

Seu dia da semana é Segunda feira,  dia propício para magias e rituais que invoquem paz, fertilidade, harmonia e meditação. De energia lunar o dia favorece novos começos e confere poder.

Suas contas são pretas (neutraliza/absorve) e vermelhas (ativa/irradia), reafirmando a energia da contradição de Exu.

E para encerrar e ainda completar o pensamento de sobre encruzilhada, segue uma mensagem do Sr. Exu Caveira para refletir e despertar um novo futuro, um novo fim e, quem sabe, um novo começo.
 
 “O projeto de vida que desenvolveis neste plano terreno é o espelho daquilo que te aguarda do outro lado. Sejas fiel aos bons costumes e às boas ações que te aguardo para um plano de evolução, sejas maldoso e pústula que também te aguardarei para um plano destinado a ti.
Sois o que pensas e mudas o que queres, abre teu olho e o teu coração enquanto é tempo e pense bem antes de usar o nome EXU, pois ai daquele que usa meu nome em vão.”

EXU CAVEIRA
Através de Pai Marco Caraccio em 30/08/2009


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
Não haveria luz se não fosse a escuridão...

“Os Espíritos anunciam que chegaram os tempos marcados pela Providência para uma manifestação universal e que, sendo eles os ministros de Deus e os agentes de sua vontade, têm por missão instruir e esclarecer os homens, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade.”

Allan Kardec.

Liga da Justiça Umbandista

Liga da Justiça Umbandista
O Homem de Bem O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem. Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas. Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais. Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar. Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça. Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa. O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus. Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam. Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor. Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado. É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: "Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado." Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal. Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera. Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros. Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado. Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões. Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram. O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente. Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus. Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz. Allan Kardec.