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domingo, 24 de março de 2013

Exu





Se eu tivesse que sobreviver encapando cadernos, ou fazendo qualquer outro tipo de trabalho manual, há muito já não caminhava sobre esta terra. Ter a noção de que não posso tudo, me causa um certo alívio, pois penso que temos diferentes habilidades para que possamos, de livre e espontânea "coação",  saber que precisamos de nossos próximos. Estamos aqui dependendo uns dos outros todos os dias: do nascimento até o desencarne.

Estamos em diferentes níveis de frequência mental e sobre isto tenho falado constantemente. Felizes dos humildes que caminham sobre este chão. São cada vez mais raros. O advento das mídias, da exposição mais e mais facilitada das idéias é uma faca de dois gumes. De um lado há a troca constante de informações e uma possibilidade infinita de aumentar o conhecimento, e de outro, o lado afiado da corrupção mental. Chamo de corrupção mental a nossa capacidade de achar que o que falamos é uma flecha certeira de verdade irrefutável. Corremos tanto perigo com nossas verdades absolutas, que se tivéssemos a verdadeira dimensão do que podemos fazer com nossas falas, como diria Dostoiévski em Irmãos Karamazov, pediríamos perdão aos pássaros logo pela manhã, para que nossas idéias de não querer ofender ninguém sejam levadas a todos os cantos do mundo. Qualquer semelhança do que Dostoiéviski falava com os chilros do Twitter não é mera coincidência.

Uma linha que trabalha maravilhosamente com o resultado concreto de nossos pensamentos é sem dúvida a dos Exus. Quando se fala em Exu as pessoas ficam preocupadas e com medo. E devem se não buscam uma cura. Porque Exu olha dentro de sua alma e vê quais são suas intenções, analisa seus pensamentos, e te livra de tudo o que eles causam em você. Porque seus pensamentos, aqueles negativos, como a inveja, a frustração, tristeza contínua, o ego inflado formam algo parecido com larvas astrais que atraem outros bichos, que grudam no seu perispírito e te sugam cada vez mais.

Exus são guardiões de um nível vibracional mais baixo porque precisamos de entidades protetoras que tenham a habilidade para circular livremente nestes níveis. O ser humano não está livre de cair em armadilhas do nível mental, por mais que se esforce. São muitas as tentações. Desde comentar com os outros suas grandes conquistas e se vangloriar delas, até de seus projetos ainda não concretizados. Dois grandes erros que Seu Capa Preta sempre faz questão de lembrar a quem lhe procura.

Posso falar aqui do que eu percebo, vejo e vivencio e não mais do que isso. Atribuir algo malígno a Exu é burrice, como também pensar que somos, apesar de bons em alguns momentos, seres repletos de luz. Trazemos conosco sombras que podem com o tempo ir se dissolvendo na medida de nosso entendimento.

Estava lendo o livro Legião, do Robson Pinheiro, e encontro lá uma citação sobre merecimento que tenho feito constantemente aqui em meu blog.: "O merecimento, argumento sempre levantado quando se cogita o tema magia negra, em defesas das supostas vítimas, apenas atenuará a eclosão do processo obsessivo. Contudo, desconhecemos ainda,na realidade terrestre, um espírito que seja realmente merecedor, a ponto de se ver totalmente imune, a salvo das investidas das trevas. Por isso, a pertinência do conselho do Mestre Jesus com relação a orar e vigiar, necessidade constante dos habitantes do mundo. A ignorância, tanto quanto a pretensão de quem afirma conhecer em profundidade tudo sobre a vida oculta ou espiritual, encontra larga acolhida entre os encarnados. Em virtude do atraso evolutivo em que nos posicionamos, das disposições cármicas individuais e do próprio comportamento atual em face do livre-arbítrio, o famigerado merecimento, que se imagina prerrogativa de cada um, torna-se algo seriamente questionável. Eis por que, meus filhos, é necessário estudar indefinidamente, a fim de nos instrumentalizarmos na batalha contra as forças sintonizadas com o mal." A fala descrita é do Pai João. Entendimento é tudo, meus caros.

Já pensando em escrever este post, recebo um email falando de uma lei do Deputado Átila Nunes sobre a lei de sua autoria que cria a Delegacia Especializada em Crimes contra Intolerância. De fato acho muito triste o Estado ter que criar uma especializada neste assunto, porque os seres humanos tinham que ter consciência de seus atos intolerantes e o que eles causam, mas sabemos que não é assim. Na carta o que mais me surprendeu foi a seguinte citação: " O projeto teve votos contrários da bancada evangélica. Alguns deputados afirmaram que "a proposta do Átila Nunes fará com que pastores sejam impedidos de externarem suas opiniões sobre práticas demoníacas, porque poderão ser enquadrados pela nova delegacia". O projeto que data de 2008 só se tornou lei agora, porque os deputados evangélicos tentaram de todas as formas criar obstáculos para a tramitação do projeto. Para eles, "é um cerceamento da liberdade de se poder criticar a macumbaria e outras formas de manifestações ditas religiosas", numa clara crítica aos cultos afro-brasileiros."

Se criarem uma ala nos cemitérios só para idealistas, por favor me coloquem lá. Evangélicos não devem criticar umbandistas. Umbandistas não devem criticar evangélicos. Somos filhos do mesmo Pai, e todo pai sabe que cada filho é diferente e nem por isso menos amado. E já que falei em cemitério, peço ao Exu Caveira que proteja os caminhos do Deputado Átila Nunes e de todos os legisladores que venham a combater estes sinais brutais de intolerância em todos os sentidos.

Sarabumba 

Por Andréa Deren Destefani 


Fonte: http://coisasdecasados.blogspot.com.br/
 

Um comentário:

  1. A ignorancia infelizmente ainda assusta os irmãos de outros credos. Dentro dos templos (igrejas,casas kardecistas etc,) Exus trabalham e muito para o beneficio da queles que necessitam,
    No astral não existe credo (religião) so a ajuda.

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Não haveria luz se não fosse a escuridão...

“Os Espíritos anunciam que chegaram os tempos marcados pela Providência para uma manifestação universal e que, sendo eles os ministros de Deus e os agentes de sua vontade, têm por missão instruir e esclarecer os homens, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade.”

Allan Kardec.

Liga da Justiça Umbandista

Liga da Justiça Umbandista
O Homem de Bem O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem. Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas. Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais. Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar. Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça. Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa. O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus. Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam. Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor. Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado. É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: "Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado." Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal. Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera. Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros. Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado. Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões. Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram. O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente. Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus. Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz. Allan Kardec.